Friday 10 April 2015

Sufoco

Os morcegos irrompem a noite, entre os ramos das árvores que voltam a ganhar cor. As noites voltaram a ser quentes. Não o suficiente. 
Olho para o chão lá em baixo. Ao longe oiço sirenes, suspiros de vida e de morte, de paz e de guerra.

Na outra noite inalámos o bafo fedorento da morte enquanto comíamos um gelado. Quase passava despercebido, num canto absorto, abafado pelos rasgos ruidosos dos que nunca dormem e por essa natureza tão abrupta e insignificantemente absoluta que é a humana. 
Não façamos mais por isso, o fim dos tempos já nos habituou à sua presença.

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