Sunday 28 December 2014

Melhorias: Update


Em Maio deste ano escrevi aqui sobre algumas mudanças - ou melhorias, a meu ver - que estava a implementar no meu estilo de vida, e o que delas estava a advir.


Passados mais de seis meses, e em jeito de revisão anual, achei que estava na altura de recapitular comigo mesmo e apontar ideias sobre o que se tem passado. Assim sendo, aqui vai um update:

Minimalismo nas posses: Mais fácil do que pensava. Quando se tem um estilo de vida acelerado, activo e não co-dependente da aceitação social dos outros acaba-se por não sentir necessidade de consumir objectos, porque não precisamos deles para nos sentirmos melhor.
Toda a roupa ou acessórios que comprei este foram com objectivos específicos (coisas para o ginásio, bicicleta, cozinha), e salvo uma ou duas excepções que não eram assim tão necessárias ou o facto de que ainda tenho que me forçar a mim próprio a não comprar t-shirts de bandas que gosto, acho que é algo já completamente assimilado e que irei aprofundar ainda mais no futuro. Continuo a não contar com os discos de vinil, atenção.

Quase abstenção de álcool: A minha produtividade subiu a pique aos fins-de-semana, poupei muito mais dinheiro por mês e as pessoas mais chegadas acabaram por nem ligar ao fim de um tempo. Consegui provar a mim mesmo que não preciso de substâncias externas para me divertir quando saio à noite, e acabei por equilibrar bastante bem as minhas decisões, sendo que quando me apetece beber uma cidra ou um whisky o faço pelo sabor e não penso sequer no álcool.
Penso que estive visivelmente bêbado umas duas vezes este ano...esta era a média mensal desde o início da minha vida adulta.

#LESSMEATSTILLHAPPY: Provavelmente a mudança mais drástica e mais bem sucedida. Quase metade das minhas refeições são sem carne/peixe, e a maioria dessas são em casa. Em contrapartida tornei-me ainda mais informado em nutrição (o que também tem os seus senãos, pois se fica um bocado mais paranóico em relação a toda a merda que o público comum considera normal) e passei a apreciar melhor os sabores distintos dos vegetais e grãos e todas as alternativas de proteína que se encontram na natureza.

Bicicleta como meio de transporte: Continua a ser o meu meio de transporte quase único (andei de metro/autocarro umas 20 vezes no máximo neste ano, e em algumas delas levava a bicicleta comigo) e cada vez mais vejo como isso afecta a minha predisposição para tudo o que faço fora de casa. Ter um meio pessoal de transporte permite-me a qualquer hora chegar a qualquer lado, ser mais espontâneo e interactivo com as pessoas com quem quero estar, e principalmente sentir-me livre de constrangimentos de tempo. 
Já bati todos os meus recordes pessoais de distância/velocidade, já consegui bater tempos do metro...ter o controlo da nossa deslocação entregue em grande parte a nós próprios dá um gosto especial à deslocação numa cidade que está preparada para ciclistas.


Actividade física: Ginásio em média 4 dias por semana, os resultados que objectivei alcançar ainda não se notam na balança mas notam-se quando olho ao espelho e isso agrada-me. 
O facto de pedalar para todo o lado também complementa e por agora sinto-me bem com a forma como encaixo tudo isto na minha rotina.


Honestidade brutal: Acho que a maioria dos meus colegas de trabalho não acha muita piada quando digo abertamente que me estou a cagar para o mesmo. Acho que os meus amigos não gostam muito quando os chamo à atenção por coisas que antes fingia que não me incomodavam. Ou seja, o mesmo de antes: de paninhos quentes, sorrisos amarelos e mentiras brancas está o inferno cheio...e nós gostamos disso. É mais fácil e confortável e politicamente correcto, mesmo quando não queremos ser.
E depois há o problema de quando faço questões muito incisivas, ou digo algo mais descabido/irreflectido...o burro sou sempre eu. Mas hey, esta coisa das mudanças diz-me respeito a mim, portanto os outros que lidem com isso, ou não.

Aprender uma nova língua: Aqui fracassei por completo. Não retomei com o Alemão e comecei também a questionar a utilidade da língua a longo prazo...mas ainda consigo dizer algumas coisas básicas, o que poderá vir a ser útil. Acho que marcar uma viagem para a Alemanha/Áustria para o ano (Berlim de novo?) me irá ajudar a retomar o ímpeto de aprender.

Tirar mais partido da oferta cultural da cidade: No outro dia estava a tentar recapitular e fazer um top 5 dos melhores concertos que vi este ano...não consegui lembrar-me de todos. Acho que isto diz tudo.
Para o ano no entanto quero abrandar na música ao vivo e absorver mais das outras artes e outros eventos (festivais de cinema, por exemplo).

Reduzir o tempo nas redes sociais: Gradualmente a melhorar, mas ainda não posso dizer que tenha sequer conseguido metade do meu objectivo inicial, por isso foi meio falhanço. Ter que fazer campanhas de redes sociais como parte do trabalho da editora não ajuda, mas também sei que uso isso como desculpa. A longo prazo acho que só irei atingir esta meta com mais tempo fora de casa e longe do telemóvel - ou seja, a fazer coisas que requerem a minha atenção total, com pessoas que importam. Não será assim tão difícil, certo?

Sunday 7 December 2014

Back

"- It's as if I'm a visiting memory in their lives, a few days just to remember what it used to be like. I feel like a ghost, observant but afraid to touch, to interfere beyond a certain extent.
- But aren't you happy to be back home?
- I am, but it's not home anymore."