Sunday 3 August 2014

Running #18


Pleased to Meet You

I don't want to be followed by sheep
Don't need the respect of the mentally weak
I have no interest in leading the blind
But walking amongst those people with open minds because I'm -

TUI, as long as I'm still alive
I live to spite you

I can't believe how stupid you must be
To follow everything that you read, hear, and see
You could never walk the path that I walk
You're too afraid of the risk involved because I'm -

TUI, as long as I'm still alive
I live to spite you
Realize that I'm not one of your kind
I'm nothing like you

You shake my hand
Say, "Pleased to meet you"
Look me in the eye
I don't believe you

TUI, as long as I'm still alive
I live to spite you
Realize that I'm not one of your kind
I'm nothing like you

I'm nothing like you


No seguimento do post anterior.

Saturday 2 August 2014

Considerações


No outro dia conheci uma pessoa que tinha pouco a ver comigo. Começámos a falar, trocar ideias sobre as nossas vidas, a cidade onde vivemos, música...o normal. 

Evitei perguntar coisas aborrecidas, como o clássico "trabalhas em quê?". Tenho em ideia que se o que fazes não te define enquanto indivíduo, não é relevante para o meu conhecimento inicial da tua personalidade. O que gostas, o que consomes, o estilo de vida que levas quando as horas laborais se dão por terminadas, para mim é isso define a maioria das pessoas.

Mesmo sem termos muito em comum, fomos beber um copo. Ou em inglês, por muito que me custe admitir porque odeio estas convenções sobre a vida social, tivemos um "date". Não foi o meu primeiro, dificilmente será o meu último, mas aqui ficam algumas considerações no rescaldo do evento:

a) Fico demasiado excitado por estar com pessoas novas. Nervoso também, o que me leva a falar demais e dizer cenas estúpidas, mas a excitado acima de tudo. Cada pessoa encerra um Mundo em si própria, uma linha contínua de experiências, conhecimentos, emoções...coisas que são transmissíveis, são organismos vivos com os quais é possível interagir, e eu valorizo isso quando conheço alguém novo. 

O momento em que te "conectas" como um ser humano que até à data era totalmente abstracto à tua existência é um momento especial, único, nunca vai ser repetido da mesma forma no mesmo espaço e tempo. Por isso quero absorver, perceber e retribuir, deixar alguém com algo mais, com algo positivo, com novas ideias, com novas concepções.


b) Cada vez mais encontro jovens adultos a viver ou como adolescentes ou como "cotas" de meia-idade. Acho que após os 25 é importante encontrar algum equilíbrio e ter algumas noções de quem és e o que te define. 

Ter 27, um trabalho bem pago que envolve viagens de negócios e tudo mais, e ainda viver em casa dos pais, sem preocupações de comida na mesa e roupa lavada, é estar a fugir à realidade. Da mesma forma que o oposto, com contas para pagar, roupa para lavar e responsabilidades acrescidas, não significa que tens que tens que seguir o molde dos teus pais, acomodares-te a um estilo de vida "cansado" em que os fins-de-semana ou os dias de férias com o rabo sentado numa cadeira de praia a olhar para o mar azul passam a ser como que o "holy grail" em que encerras os teus objectivos.


c) Odeio normalidade. Ok, talvez "odeio" seja uma palavra muito forte, mas o conformismo que encontro no dia-a-dia cada vez mais me deixa irritado. Penso que já falei disto antes, mas ontem encarei a normalidade na cara mais uma vez e perturbou-me. 

Pessoas neutras, que vivem quadradas no seu dia-a-dia, que preferem a ignorância ao conhecimento sobre assuntos que não estão em frente ao seu nariz, que não têm argumentos que justifiquem o seu estilo de vida, não têm posições definidas sobre muito do que consomem ou fazem ou do que se passa no Mundo...irrita-me.

Ter 27 anos, em 2014, nascido e criado numa sociedade ocidental, vivendo numa cidade como Londres, e ter uma visão limitada ou mesmo inexistente sobre objectos culturais como arte, cinema, música, ou até mesmo gastronomia...é triste. Para não falar em política, mas ai deixo sempre espaço de manobra porque eu próprio sou bastante neutro (não confundir com vazio) nesse campo.
E o pior são os que, no alto do seu pedestal de confiança naquilo que a sociedade lhes impingiu que é o "normal", catalogam tudo o que é alternativo ou diferente como "estranho". "Ir a concertos sozinho? És maluco." "Ir viajar sem ter um hotel marcado? Nunca na vida." "Como assim comes refeições vegetarianas a toda a hora mas não és vegetariano?".

Ah, e d)  Ir ao ginásio não é um substituto para cultura nem é um estilo de vida. Não me lixem. 

É um meio para um fim, algo que podes ou não incluir no teu estilo de vida e na tua rotina, para te sentires bem contigo próprio e potenciares a tua saúde e bem-estar físico, mas não devia nunca ser algo que te define enquanto ser humano ou servir como desculpa para não teres tempo para outras actividades, algumas delas sim mais nutritivas para o intelecto.
A merda de ideias que as pessoas inventam nos dias que correm.

Mas pronto, isto já sou eu que venho de um meio de contra-cultura e tenho enraizadas certas noções e valores que provavelmente são uma anormalidade para 99% da população mundial, e "já devia era ter idade para ter juízo", como me diz a minha mãe. E ainda bem que assim é.
Não me interpretem mal, também gosto do conforto e de me deixar ser absorvido em parte pelas questões corriqueiras da vida...mas há que definir um "núcleo duro" (see what I did there?) de quem és e do porquê de seres assim, encontrar um equilíbrio pelo menos no que toca ao teu estilo de vida. 
O que me assusta é que cada vez mais olho à minha volta e só consigo identificar-me ou com pessoas com quase mais 10 anos, ou com menos 6 ou 7 que eu...a minha geração está a ficar bastante aborrecida, descaracterizada, conformista. 
Mas o que é afinal uma "geração", senão um "bloco" que alguém decide cortar como que fatia de bolo num plano temporal, talvez numa tentativa de pertencer, ou de poder mais uma vez generalizar, encaixotar e catalogar seres humanos?


Pessoas são pessoas, vou continuar a tentar dar chances às novas e deixar ficar as que realmente interessam.