Friday 22 November 2013

Crickets Throw Their Voice

If it all worked out we would live in a different house.
We would live in a different town.

This is a brand new start; clear body, broken heart.
I'll come visit you when I get the chance.

Breathing's not easy when you're underwater.
I am drowning and you're keeping me under. 
Close your eyes, sleep outside. It's warmer than in here. 
I'll be fine, I'll run and hide. I wish I could stay here. 

You're still in my head. My mind's convinced that you never left. 
I'm counting down till I see you next. 
I still compare everything to your silhouette. 
How can I forget what is perfect?

Monday 18 November 2013

Cientologia

Criei uma fórmula na minha cabeça. Isolei os componentes, adicionei um pouco de frustração e raiva, deixei evaporar a compreensão.
O resultado é a dormência daquilo que antes fui capaz de sentir. Não consigo mais prestar atenção, procurar a chave certa para abrir a porta, destrancar os teus mecanismos. Não consigo mais absorver o teu negativo e torná-lo positivo, o interruptor simplesmente não liga mais. Ou se calhar liga, mas liga um diferente, aquele que já só bloqueia o sinal como medida de prevenção.


Não há mais espaço para experiências. Não há mais motivação para desconstruções racionais. Não há mais vontade de explicar o inexplicável, de repetir os passos até que a lição fique interiorizada, porque nunca fica. Nenhum de nós interiorizou nada além de uma progressiva incompreensão mútua, que nos afasta, que nos deixa ignorantes em relação às variáveis da inequação que é a nossa relação.

Será racional ou apenas instintiva, esta minha fórmula? Sempre me questionei se o meu sentido de preservação do “eu” alguma vez se iria sobrepor aos meus sentimentos. Em vários momentos assumi que estava apenas a ceder, como é normal, ou deveria ser, mas em outros momentos senti que estava mesmo a deixar uma parte de mim para trás, a deixar de ser quem sou, em benefício de agradar, de encaixar naquilo que tu reportavas querer de mim.
Neste momento não sei. Não entendo bem a natureza daquilo que se passa, não sei se é temporário ou vai ficar para sempre. Não sei se estou a fazê-lo conscientemente ou se é apenas o resultado de uma teoria que falhou na prova empírica.

Este texto foi escrito há vários meses atrás, decidi publicá-lo pelo seu valor expressivo. Inspirado por:


Tuesday 12 November 2013

Londres (Back)

Pedalar pelo trânsito em hora de ponta.
Ouvir Biggie no metro vindo dos auscultadores de outra pessoa.
O cheiro da kush no ar, mas nada à vista.
Sumo de cranberry.
As ruas desertas às 5 da manhã.
Os abraços e os sorrisos e o que se lixe o amanhã.

Sunday 10 November 2013

Deja Vu

Apesar de óbvios, tento ignorar os sinais.
Já estive aqui antes. Conheço os cantos à casa, tenho os passos todos contados. Mas sei o tempo que demorei a sair da última vez.

Apesar de óbvia, tento não pensar na pergunta.
Já estive aqui antes. Conheço os sinais, tenho as ideias todas todas pensadas. Mas sei o que vai acontecer quando souber a resposta.
Mas é a incerteza que me corrói, ferrugem que tento esfregar com arame farpado mas não ata nem desata, só me cria nós na garganta.
Engulo em seco. Procuro passar o tempo a passar pelo tempo. Mas corrói, e não dá espaço para mais nada.

Apesar de óbvio, tento não me mostrar.

Já estive aqui antes. Conheço-me bem, tenho o plano já delineado. Mas sei que preciso da resposta para seguir em frente.