Vivo numa cidade onde tudo é temporário, até as pessoas.
Vivo na era do fácil e descomprometido, até nas relações.
Vivo na ilusão do real, até quando abro os olhos.
Atirem os cânones ao rio, o meu barco já partiu de qualquer forma. Queimem todas as pontes, a ilha do meu eu já não tem espaço para mais do vosso vazio. Calem todas as bocas, de vez, se já não há nada verdadeiro a sair delas.
Eu tento, juro que tentei, e continuarei a tentar. Mas há sempre aquilo que não muda, há sempre a parte em que só o tentar não chega, há sempre o momento em que percebo que não quero continuar a tentar, não por vontade, mas por preservação. A certeza do efémero é o bote salva-vidas, tão confortável deixar as minhas expectativas afogarem-se todas nela.
Merda. Tudo se transforma em merda, eventualmente.
merda
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